HIPNOSE: MANIPULAÇÃO OU TERAPIA?
Uma investigação profunda sobre os mitos, verdades e mistérios por trás do estado hipnótico.
Imagine fechar os olhos e, com a
orientação de uma voz calma e segura, acessar partes da sua mente que estavam
escondidas até então. Você se lembra de experiências antigas, sensações
reprimidas, traumas esquecidos… ou, talvez, você passe a agir sem se dar conta
do que está fazendo. Seria isso real? Ou apenas um truque? A hipnose sempre
caminhou na linha tênue entre o fascínio e a desconfiança.
Neste artigo, vamos explorar esse
território nebuloso onde ciência, psicologia, espiritualidade e espetáculo se
encontram. Afinal, a hipnose é uma forma legítima de terapia ou apenas um
instrumento de manipulação?
1. Origens e História da Hipnose
A hipnose não é uma invenção moderna.
Ela remonta à Antiguidade. Há registros de práticas hipnóticas no Egito Antigo,
onde sacerdotes induziam estados alterados de consciência em templos de cura.
Na Grécia, Hipócrates já reconhecia os efeitos do poder sugestivo da mente
sobre o corpo.
No século XVIII, o médico alemão
Franz Anton Mesmer popularizou uma teoria chamada “magnetismo animal”, onde
acreditava que existia um fluido invisível que podia ser manipulado para curar.
Apesar de suas ideias terem sido desacreditadas pela ciência da época, ele
plantou as bases para o que mais tarde seria reconhecido como hipnose.
Foi só com o médico escocês James
Braid, no século XIX, que o termo “hipnose” foi cunhado — derivado da palavra
grega hypnos, que significa “sono”. Porém, como veremos, o estado
hipnótico nada tem a ver com sono comum.
2. O Que é a Hipnose, Afinal?
A hipnose é um estado alterado de
consciência, caracterizado por um foco intenso da atenção, maior receptividade
à sugestão e redução temporária da crítica consciente. Durante esse estado, a
mente consciente “relaxa” e a mente inconsciente torna-se mais acessível.
É importante desmistificar: a
pessoa hipnotizada não perde o controle nem faz coisas contra a sua vontade.
Isso é mito alimentado por shows de palco. Em contexto terapêutico, o paciente
mantém o senso de moralidade e decisão.
A hipnose é como um transe leve —
semelhante àquele estado em que dirigimos por quilômetros e depois percebemos
que não lembramos de parte do trajeto. O cérebro está ativo, mas a atenção está
voltada para dentro.
3. Hipnoterapia: Cura ou
Charlatanismo?
A hipnoterapia é o uso da hipnose com
fins terapêuticos. Pode ser conduzida por psicólogos, médicos e outros
profissionais de saúde mental habilitados. Ela é utilizada como recurso
complementar no tratamento de:
- Ansiedade
e fobias
- Dor
crônica
- Distúrbios
do sono
- Transtornos
alimentares
- Vícios
e compulsões
- Traumas
e memórias reprimidas
Segundo a American Psychological
Association (APA), a hipnose clínica é um campo legítimo, com eficácia
comprovada em diversos casos. Pesquisas com neuroimagem mostram que, durante a
hipnose, há mudanças reais na atividade cerebral, especialmente nas regiões
ligadas à atenção e percepção da dor.
Contudo, é preciso discernimento: não
é uma panaceia. Não cura tudo. E depende muito da predisposição da pessoa
ao estado hipnótico.
4. Hipnose no Divã: O Encontro com o
Inconsciente
Sob hipnose, o paciente pode acessar
lembranças esquecidas, desbloquear emoções reprimidas e ressignificar traumas.
É como se abríssemos uma janela para o inconsciente. Muitos terapeutas associam
a hipnose a técnicas junguianas, buscando integrar conteúdos da “sombra” — o
lado oculto da personalidade, segundo Carl Jung.
Hipnoterapia pode funcionar como uma
ponte entre a razão e o mistério, entre a ciência e o simbólico. Isso explica
por que muitos profissionais a utilizam como ferramenta para explorar medos,
crenças limitantes e padrões de comportamento enraizados.
5. Hipnose em Palco: Espetáculo ou
Experiência Real?
Um dos grandes responsáveis pelos
mitos sobre hipnose são os shows de palco. Neles, voluntários são
“hipnotizados” para realizar tarefas bizarras: imitar galinhas, esquecer seus
nomes, rir incontrolavelmente…
Esses eventos geram desconfiança sobre a hipnose clínica. No entanto, há explicações. Os voluntários geralmente são os mais sugestionáveis do grupo e estão em ambiente permissivo, onde se sentem seguros para brincar com o “papel” que lhes é atribuído.
Eles não estão
sendo forçados — estão, em parte, interpretando.
Isso não invalida o estado hipnótico,
mas nos lembra da diferença entre a hipnose como entretenimento e como
terapia.
6. Hipnose Regressiva e Vidas Passadas
Um dos usos mais controversos da
hipnose é a chamada regressão a vidas passadas. Defendida por alguns
terapeutas e espiritualistas, essa técnica leva o paciente a acessar memórias
que supostamente não pertencem à vida atual.
Autores como Brian Weiss, com o
best-seller “Muitas Vidas, Muitos Mestres”, popularizaram essa abordagem,
afirmando que traumas de outras encarnações podem influenciar nossos bloqueios
presentes.
Do ponto de vista científico, essas
memórias poderiam ser criações do inconsciente, metáforas simbólicas ou
construções induzidas pela sugestão. Ainda assim, há relatos de curas e
transformações profundas após sessões de regressão.
7. A Ciência e os Limites da Hipnose
A ciência ainda tenta compreender
totalmente os mecanismos da hipnose. Estudos com ressonância magnética
funcional indicam que o cérebro, sob hipnose, altera a forma como processa
estímulos sensoriais.
Por exemplo: pacientes hipnotizados
para “não sentir dor” realmente apresentam menor ativação nas áreas cerebrais
responsáveis pela dor — não estão fingindo.
Entretanto, nem todas as pessoas são
igualmente suscetíveis à hipnose. Estima-se que cerca de 10% são altamente
sugestionáveis, enquanto outros 10% são quase resistentes. A maioria está
entre esses dois polos.
8. A Ética na Hipnoterapia: Cuidado
com Charlatões
Como toda prática ligada ao
inconsciente e à vulnerabilidade humana, a hipnose atrai pessoas
mal-intencionadas. Há casos de abusos, manipulações e falsas promessas —
especialmente em contextos não regulamentados.
Por isso, é fundamental procurar
profissionais qualificados, com registro profissional e formação específica em
hipnose clínica. O uso ético da técnica é o que diferencia o terapeuta do
manipulador.
9. Hipnose Autossugestiva: Você Pode
se Auto-Hipnotizar?
Sim, a auto-hipnose é uma técnica
real e bastante útil. Com ela, a própria pessoa induz seu estado hipnótico —
geralmente com o auxílio de áudios guiados ou técnicas de respiração e
visualização.
Muitos atletas, profissionais e
artistas usam a auto-hipnose para melhorar foco, autoconfiança, controle
emocional e desempenho. É como treinar a mente para trabalhar a seu favor.
10. O Mistério Continua: A Hipnose no
Imaginário Coletivo
A hipnose segue fascinando porque
mexe com algo essencial: o mistério da mente humana. Ela desafia nossas
noções de controle, realidade, consciência. Por isso, é comum que apareça em
filmes, séries e livros como recurso narrativo.
Obras como Truque de Mestre, O
Ilusionista, A Origem e Corra! exploram esse território entre
percepção, controle e manipulação, alimentando o imaginário coletivo sobre o
que seria “estar hipnotizado”.
Conclusão: Manipulação ou Terapia?
A resposta é: depende de quem aplica, com que intenção e com qual conhecimento. A hipnose é uma ferramenta poderosa — como um bisturi, que pode curar ou ferir.
Nas mãos
certas, é um caminho de cura, autoconhecimento e libertação. Nas mãos erradas,
pode se tornar instrumento de exploração emocional e fantasia irresponsável.
Cabe a nós, como buscadores da
verdade, olhar com discernimento para essa prática milenar e perguntar: o
quanto de nós ainda está oculto? E se a hipnose for uma chave para abrir essa
porta?
Sugestões de Leitura:
- Muitas
Vidas, Muitos Mestres – Dr. Brian Weiss
- O
Poder do Subconsciente – Joseph Murphy
- Hipnose
Clínica: Uma Abordagem Cognitivo-Comportamental – Assen Alladin
- Memórias,
Sonhos, Reflexões – Carl Gustav Jung
- Trancework: An Introduction to
the Practice of Clinical Hypnosis –
Michael D. Yapko
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Nos vemos no próximo episódio de
ENTRE O REAL E O MISTÉRIO
Até lá!


A hipnose é uma técnica que conduz uma pessoa a um estado de profunda concentração e relaxamento, permitindo que ela acesse e processe informações de forma mais profunda do que no estado de vigília.
ResponderExcluirEla pode ser usada para diversos fins, desde a gestão da dor e da ansiedade até o tratamento de fobias e a mudança de hábitos.
Recomendo.
top
ExcluirBoa postagem
ResponderExcluirGostei da postagem bem explicativa
ResponderExcluirBem explicativo este post
ResponderExcluirtop
ResponderExcluirSiga a luzzzzzzzzzzzzzzzzzz
ResponderExcluirHipnose por pessoas melhores
ResponderExcluirBABOSEIRAS E BABOSEIRAS CADA VEZ MAIS NO NOSSO MUNDO MEDIOCRE
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